Seis Características de Um Líder que
Termina Bem
Pr. Josué Gonçalves
Aprender com os erros dos outros é melhor do que errar para aprender.
Ao concluir esta reflexão sobre “Uzias”, considero oportuno deixar uma mensagem para todos os líderes que desejam terminar sua jornada ministerial como o apóstolo Paulo, podendo dizer aos filhos, netos e discípulos: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei o essencial – a fé”. Paulo foi um líder que podia dizer, comecei debaixo da bênção e terminei aprovado pelo Senhor. Esta era a certeza que ele tinha de que seria coroado pelo Justo Juiz (2 Tm 4.6-8).
No livro Líderes em Ação o escritor J. Robert Clinton aborda no capítulo cinco “O Ciclo de Vida de Um Líder”. Ele cita as palavras do pastor Ray sobre as características de um líder que termina bem.1 Nestas seis características estão o segredo para começar e terminar como Paulo terminou. Vamos refletir sobre cada uma delas:
O líder termina bem quando:
1. O líder termina bem quando: Mantém um relacionamento vibrante com Deus até o fim.
O maior erro de Uzias foi não atentar para a importância vital desta disciplina do coração “relacionamento vibrante com Deus”. No ano de 1997, quando ministrava na cidade de Vitória, Espírito Santo, comprei um livro com o titulo Despertando Para Um Grande Ministério escrito por dois autores H.B. London Jr. e Neil B. Wiseman. Como diz um conhecido ditado, “nem sempre a capa corresponde ao conteúdo”. A capa do livro é muito simples, mas o conteúdo da mensagem alterou minha vida e reacendeu a chama no meu ministério pastoral. Quero compartilhar aqui algumas lições que aprendi com estes homens de Deus, London Jr e Neil B. Wiseman.
No capitulo “Apaixone-se de Novo Por Sua Vocação”, os autores fazem um paralelo com uma frase citada durante uma entrevista do superastro do basquete americano Michael Jordan, que disse: “Não tenho mais nada a provar no jogo de basquete”. Machael Jordan fez esta declaração quando era considerado o melhor jogador de sua geração, talvez o melhor de todos os tempos. Ele disse aos repórteres: “Tenho estado nesta montanha russa por nove anos. Já é hora de eu mudar de diversão”. A desistência de Jordan tem paralelos muito importantes para pastores cansados.
É assustadoramente simples um pastor de igreja perder completamente o ânimo. Se as brasas do chamamento não forem assopradas, isto é, sem um reacender constante, a paixão pelo ministério pode se manter em fogo baixo ou apagar-se totalmente. Problemas apagam este fogo. Prioridades apagam este fogo. Prioridades desajustadas e desapontamentos constantes afogam esta paixão. E então, quando a chama começa a diminuir muitos ministros desistem, “queimam-se” ou seguem desanimados em ciclos de baixo rendimento.
Diferente da motivação para se jogar basquete, todavia, uma paixão fervorosa pelo ministério pode ser reacendida com novos desafios, oportunidades que valham a pena e uma compreensão nova de que somos parceiros de Deus. Mas, um astro do esporte se preocupa com o dinheiro e com sua popularidade, já o pastor lida com assuntos que em ultima análise têm outro peso, como lidar com a verdade, com o destino seu e das pessoas que lidera, com a esperança e a fé.
O escritor Frederick Buechner sintetiza nesta frase libertadora a maravilhosa satisfação que uma vocação nos dá: “O lugar para onde Deus o chama é o lugar onde se encontram as suas maiores alegrias e as maiores carências do mundo”. Revive sua vocação original e alegre-se nela. Não mude o foco. Uzias tinha sido chamado para reinar e não para exercer o sacerdócio. Quando ele mudou o foco, se perdeu. Deve-se manter a vocação e o relacionamento vibrante com Deus.
Uma vocação de pouca intensidade sempre leva a desertos áridos de serviço insatisfatório, independente da fase do nosso ministério. Um rompimento com a nossa vocação prejudica tanto o ministério como a ausência de oxigênio prejudica o cérebro, ou a privação de alimento enfraquece o corpo. A desorientação é a conseqüência inevitável.
Por outro lado, uma vocação robusta, atualizada energiza todas as fazes do trabalho, independente da fase do nosso ministério. A pessoa com vigor consegue concentrar seu foco na importância do seu ministério. Torna-o mais nobre e mais em contato com Deus do que poderia sê-lo sem vocação. Revitaliza a visão e abastece a motivação.
Não podemos perder esta consciência de parceria com Deus, porque é esse relacionamento que nos mantém focados e revitalizados.
Para que estejamos sempre apaixonados pela nossa vocação, é necessário retornarmos a ancora básica do nosso chamado ministerial: É imprescindível responder às seguintes perguntas:
· Quem me chamou?
· Quem me iniciou neste trabalho?
· Por onde o amor vaza e escapa do meu ministério?
· O que se requer para fazer do amor a minha motivação mais forte de novo?
· A cultura secularizada tem tirado o significado do serviço cristão para mim?
Lembre-se, o amor tem que ser o motivo mais fascinante do ministério – a emocionante dimensão de fé que mantém o ministério do pastor pessoal, arejado e íntimo. Qualquer outro motivo pode frustrar e causar curto-circuito na liderança. O que Jesus disse para o anjo da igreja de Laodicéia expressa o seu desejo permanente “estar sempre ceando com o pastor-líder” num relacionamento intimo e vibrante. É esta proximidade com Cristo que nutre o coração do pastor.