Escola Dominical espaço para a diversidade!

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A Escola Dominical, a mais importante agência de aprendizado bíblico e de evangelização da igreja, é uma invenção metodista. João Wesley, o fundador do movimento metodista, quando estava em sua missão na Geórgia, na América, já havia começado um trabalho especial de ensino bíblico para crianças. Mas a glória da criação da Escola Dominical cabe a uma mulher chamada Hanna Ball. Ela aceitou a Cristo através de um sermão de João Wesley no dia 8 de janeiro de 1765, quando tinha 22 anos. O sermão foi sobre Mateus 15:28: “Disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé. Faça-se contigo como queres”. A partir daquele dia ela se tornou uma grande batalhadora da fé. No ano de 1769 Hanna Ball, uma jovem de 26 anos de idade, criou a primeira escola dominical. O testemunho de João Wesley ao trabalho de Hanna é eloqüente. Em muitas de suas cartas ele valoriza o trabalho por ela desenvolvido.

Onze anos mais tarde, em Gloucester, um jornalista metodista, Robert Raikes, criou a primeira escola dominical para os meninos de rua, ensinando-lhes, além da Bíblia, aritmética e inglês. Podemos dizer que ele é o “pai” da educação popular! Equivocadamente tornou-se conhecido como o criador da Escola Dominical, pois só anos mais tarde as pesquisas revelaram a jovem Hanna Baal.
A introdução da escola dominical no Brasil também se deve à Igreja Metodista. A primeira escola dominical em nossa terra foi fundada pelo Rev. Justin Spaulding em junho de 1836. Infelizmente, em 1842, em virtude dos problemas políticos e financeiros surgidos na Igreja Metodista dos Estados Unidos, o trabalho missionário foi interrompido por alguns anos. Na realidade, interrompeu-se a missão (os missionários regressaram aos EUA), não o trabalho, que certamente continuou vivo na casa de Mary Walker (o 1º membro da Igreja Metodista no Brasil!), mantendo acesa no Brasil a chama do metodismo até 1867 quando chegou o novo missionário e pastor, Junius Newman, e com ele a retomada definitiva da missão metodista no Brasil e da Escola Dominical como a principal agência de educação cristã e formação metodista.
Também é pioneirismo metodista a publicação de revistas para a escola dominical. O Rev. Ransom, o fundador do Expositor Cristão, editou, na nona década do século XIX as revistas “A nossa gente pequena”, para crianças, e “A Escola Dominical”, para adultos. Essa maravilhosa instituição é fator importante na ministração de conhecimentos bíblicos e orientação para o bom exercício da fé cristã. Por isso, é dever de todo o bom cristão participar de suas atividades.
Dê um presente especial a você mesmo nesse dia: torne-se aluno(a) da Escola Dominical!



Escola Dominical: jardim ou lavoura?

Esta pergunta aparentemente ingênua nos remete a uma reflexão mais abrangente sobre a educação levada a efeito no espaço dedicado à Escola Dominical. As diferenças entre um jardim e uma lavoura todos sabem.

O jardim apresenta uma variedade de flores onde cada espécie tem o seu “jeito” de enfeitar, perfumar e colorir o jardim. Por apresentar flores diferenciadas, o/a jardineiro/a também oferece um “tratamento” que é diferenciado, pois ele/a observa cada flor, a qualidade, a forma, o jeitão da flor se apresentar ao mundo, etc. Assim, ele/a não trata as flores como se fossem plantas iguais umas das outras, pelo contrário, ele/a percebe as diferenças e respeita estas diferenças. É bonito ver um jardim todo florido e bem cuidado.

Já a lavoura é diferente. A planta é a mesma. Se a pessoa olhar para a lavoura verá a mesma planta que se estende por muitos metros ou quilômetros. É bonito ver uma lavoura florescendo. No entanto, o tratamento dispensado às plantas da lavoura é o mesmo, pois se trata de uma única espécie.

Assim, pensar na Escola Dominical é considerar que ela apresenta uma variedade de pessoas que se encontram para refletir sobre a vida à luz da Palavra de Deus. O/a cuidador/a da Escola Dominical deve atuar como um/a jardineiro/a, ou seja, considerar a diversidade da vida humana e o jeitão de cada pessoa se expressar e evidenciar a sua fé em Cristo. Na Escola Dominical na perspectiva do jardim existe a diversidade de raça, de gênero, de etnia, de geração, de experiências, de aprendizagem, etc. Neste tipo de escola o/a cuidador/a observa as pessoas em suas particularidades. Esta escola tem alegria.

Se a Escola Dominical for tratada como uma lavoura, não haverá espaço para a diversidade, pelo contrário, tudo será homogêneo, tudo será estereotipado e seguirá a mesma forma ou fôrma. Neste tipo de escola as pessoas não são sujeitos e sim objetos. Esta escola é muito triste.

Se as metáforas são simplistas, o fato é que na Escola Dominical não há espaço para o simplismo, para a improvisação, para a reprodução de conhecimentos sem a vivência entre as pessoas, para educadores/as que não estejam comprometidos/as com a vida na perspectiva do Reino de Deus.

Na Escola Dominical do tipo jardim o/a cuidador/a é consciente, prudente, humilde, aprendente e coerente. Que tal? Como é a sua Escola Dominical? Está mais para jardim ou para lavoura?

A situação problematiza quando um/a cuidador/a de lavoura é colocado/a para cuidar do jardim...






A Escola Dominical ainda é necessária?

Em tempo de descartáveis, somos sempre instigados a substituir coisas. Para que um pen drive de 4 Gb se você pode ter um de 32 Gb? Para que um netbook se a gente pode ter um ipad? Para que uma Bíblia em papel se agora notebooks podem ser usados no púlpito? Talvez ao se deparar com este texto você pense que, no mínimo, quem o escreve não gosta de tecnologia, ou desconhece as facilidades promovidas por ela.

Em parte, preciso revelar que não dou conta da velocidade com que os avanços tecnológicos nos arrebatam, mas posso me considerar uma pessoa que lida bem e usufrui da tecnologia. O que quero então com essas perguntas iniciais? Apenas salientar que as inovações a que estamos expostos diariamente não perpassam apenas o mundo do trabalho, mas estão por toda a parte e vão deixando seu rastro, forjando novos caminhos, novos momentos e questionamentos.

Seria nova a pergunta “A Escola Dominical ainda é necessária?”. Acho que não. Talvez essa pergunta se faça e se refaça desde que surgiu o fax e o Atari.

Diante desta questão há tanto postada, muitas pessoas acionam seu anti-vírus e logo respondem taxativamente: é claro que sim! A Escola Dominical é necessária sim! Outras acreditam que a negativa a tal pergunta pode ser a notícia do surgimento de mais uma inovação, de mais um software e logo respondem que não: ela não é necessária. Está na hora de atualizar, de substituí-la por algo mais moderno.

Confesso a vocês que por muitas vezes me inclui no primeiro grupo, o do anti-vírus; mas resolvi investir um tempo e pensar nesta pergunta. Os mais afoitos diante dos meus questionamentos me sugeriram pesquisar no Google, afinal não é este o dicionário mais repleto da atualidade?

Resolvi acessar outros caminhos e percebi que a esta pergunta cabem as duas respostas: não e sim. Em tempos eleitorais, talvez essa afirmativa possa sugerir uma tendência política que não quer tomar partido, mas não se enganem.

Para que não pairem dúvidas, passo a explicar. Uma escola dominical não é mais necessária quando se quer apenas manter o tradicionalismo, preencher um horário, transformá-la num reduto de saudosismo, desconectado com a vida, com a atualidade. Nesse sentido, sou a primeira a afirmar que a Escola Dominical não é mesmo necessária.
O melhor é saber que ainda que possam existir algumas escolas dominicais assim, não é esse o modelo que impera, ao contrário, e ainda que existam escolas dominicais assim, elas podem e devem se transformar.

Quando penso que a Escola Dominical é fundamental para perpetuar a tradição, fortalecer a identidade, ser um espaço reservado e específico para a educação cristã; quando reconheço que ela é um instrumento para as pessoas questionarem os sistemas de dominação e morte que nos circundam e analisarem a vida à luz dos valores do Reino de Deus, das verdades do Evangelho, concluo que a Escola Dominical é necessária sim!

Em tempos líquidos e fugidios, a Escola Dominical se apresenta como um sólido e permanente espaço de reflexão. Em tempos onde se valoriza o novo e o imediatismo, a Escola Dominical nos possibilita olhar para o passado, refletir sobre as experiências vividas e iluminar o presente, sem se fechar ao novo, ao sopro do santo Espírito de Deus, que nos anima e aninha.

Em tempos onde o individualismo e a solidão proliferam na mesma medida que as redes sociais são criadas, a Escola Dominical propicia um espaço de convivência, crescimento e fortalecimento de laços para nos ensinar que viver em comunidade é possível sem perder a individualidade.

Para tudo isso é que acredito que a Escola Dominical é necessária