ABRIL/2008
O Deus da Providência
Parte 1
IntroduçãoNo mês de março passado, se comemorou a páscoa. A páscoa está descrita nos capítulos 11 e 12 de Êxodo. A palavra vem do hebraico “pesah” que significa “passagem”.Ao ler estes doze capítulos de Êxodo somos informados que Deus queria libertar o seu povo da escravidão do Egito, mas, Faraó, queria impedir. Deus usou seu grande poder para convencê-lo. Ele fez isso enviando dez pragas. Na décima e última praga iriam morrer todos os primeiros filhos e as primeiras crias dos animais. À meia noite, o “anjo da morte” iria passar sobre todas as casas do Egito. Somente as famílias que estivessem dentro de uma casa que tivesse aspergido sangue nos batentes de cima e dos lados das portas é que seriam poupadas. Esta “passagem” do anjo originou o nome da festa - páscoa.Não pretendo falar sobre a páscoa. Desejo analisar alguns fatos antecedentes à mesma. Vou abordar os dois primeiros capítulos de Êxodo, eles são decisivos para o que aconteceu a seguir. Apesar desse texto bíblico ser antigo sua mensagem é atual e necessária. Estou convicto de que ela queira nos desafiar, corrigir, e fazer crescer nossa confiança em Deus. Vamos notar que tudo se dirige para o fim que Deus determinou. É maravilhoso saber que o nosso Deus está no controle de todas as coisas, inclusive da história humana.Porque o povo de Israel se encontrava no Egito?Muito nos ajudará fazer uma breve exposição do contexto. Deus chamou Abraão, fez com ele uma aliança que continha promessas, dentre as quais, a de que ele seria uma grande nação e que seus descendentes herdariam uma porção de terra (Gênesis 12.1-3). Posteriormente, essa aliança foi ratificada com Isaque, seu filho (Gênesis 26.2-5), e com Jacó, seu neto (Gênesis 35.11-12).Jacó foi pai de doze filhos. José, um deles, trás na sua história (descrita nos últimos capítulos de Gênesis), o pano de fundo do início da narrativa de Êxodo. Ele, após interpretar os sonhos do Faraó, foi colocado por este como governador do Egito, e tornou-se querido e respeitado por Faraó e por todo o povo.Por conta da fome de sete anos, José acabou levando a sua parentela para habitar no Egito, que havia se tornado um celeiro para o resto do mundo.Desta forma, a família de Jacó se estabelece no Egito (Gênesis 47.1-12), e assim inicia o livro de Êxodo.Você conhece a sua história?Passada aquela geração, subiu ao trono um rei que não conheceu a José. Aqui surge um grande princípio: desconhecer a nossa história pode nos tornar ingratos, injustos e irracionais.O simples fato do novo Faraó e do seu povo não conhecer a própria historia, leva-os a cometerem injustiça contra aqueles que um dia os salvaram da morte. Assim, ao invés de tratar aquele povo com gratidão e respeito, trata-os com severa ingratidão.Quantas vezes cometemos o mesmo erro de Faraó? Tudo porque não aprendemos com a história. Se o nosso Deus é Senhor da história e nela atua, dar atenção à história significa aprender sobre os grandes e poderosos atos de Deus.O que te dá medo? Do que você tem inveja?Todas as coisas que Faraó pensava a respeito do povo de Israel não passavam de meras suposições. As suas deduções não eram baseadas em fatos. Com isto ele acabou tomando desastrosas decisões.O medo e a inveja podem nos levar a atitudes hostis e irracionais. Quantas vezes nos flagramos julgando outra pessoa, baseados em meras suposições, preconceito e inveja? Basta você não ir com a cara de uma pessoa, ou imaginar que ela quer te fazer mal, para começar a desonrar e desfazer desta pessoa. Você imagina que alguém não gosta de você e começa a ser hostil com esta pessoa. Essa é síndrome de Faraó.Há uma distinção entre os egípcios e o povo de Deus. Mesmo morando no mesmo país, há uma clara distinção entre dois povos. Os egípcios, que são a prata da casa, e os estrangeiros, que são o povo de Deus.Mesmo hoje, há uma clara distinção entre aqueles que pertencem ao mundo, e aqueles que estão no mundo, mas pertencem a Deus. Esse povo de Deus, mesmo vivendo no mundo sabe que não pertence a ele, que é estrangeiro.O povo de Deus também sofreQuantas pessoas romantizam a vida cristã e depois se frustram? Quantas reclamam que o ímpio prospera enquanto o povo de Deus é oprimido e explorado? Reclamam que são fiéis, mas estão sofrendo.Este texto corrige a nossa visão. Ele nos conforta por desfazer a idéia errada que temos de que, pertencer a Deus, significa imunidade ao sofrimento. Ele nos poupa da decepção, do desânimo, da murmuração. Mas, também conforta ao nos fazer lembrar que há promessas de vitória, e elas se cumprirão.Aliás, disse alguém muito acertadamente, respondendo à pergunta: “Porque Deus permitiu seu povo sofrer tanto?” que foi “para que nascesse neles o desejo de sair do Egito, e se lembrassem da aliança e de que o seu lugar não era ali. Eles precisavam desejar a Terra Prometida”.Parece que quando o mundo nos atrai e se torna bom demais, a ponto de nos acomodar e fazer esquecer de Deus, ele precisa usar um tratamento de choque, para que nos lembremos da aliança que temos com ele, para que não percamos o desejo pela pátria celeste.
O Deus da Providência
Parte 1
IntroduçãoNo mês de março passado, se comemorou a páscoa. A páscoa está descrita nos capítulos 11 e 12 de Êxodo. A palavra vem do hebraico “pesah” que significa “passagem”.Ao ler estes doze capítulos de Êxodo somos informados que Deus queria libertar o seu povo da escravidão do Egito, mas, Faraó, queria impedir. Deus usou seu grande poder para convencê-lo. Ele fez isso enviando dez pragas. Na décima e última praga iriam morrer todos os primeiros filhos e as primeiras crias dos animais. À meia noite, o “anjo da morte” iria passar sobre todas as casas do Egito. Somente as famílias que estivessem dentro de uma casa que tivesse aspergido sangue nos batentes de cima e dos lados das portas é que seriam poupadas. Esta “passagem” do anjo originou o nome da festa - páscoa.Não pretendo falar sobre a páscoa. Desejo analisar alguns fatos antecedentes à mesma. Vou abordar os dois primeiros capítulos de Êxodo, eles são decisivos para o que aconteceu a seguir. Apesar desse texto bíblico ser antigo sua mensagem é atual e necessária. Estou convicto de que ela queira nos desafiar, corrigir, e fazer crescer nossa confiança em Deus. Vamos notar que tudo se dirige para o fim que Deus determinou. É maravilhoso saber que o nosso Deus está no controle de todas as coisas, inclusive da história humana.Porque o povo de Israel se encontrava no Egito?Muito nos ajudará fazer uma breve exposição do contexto. Deus chamou Abraão, fez com ele uma aliança que continha promessas, dentre as quais, a de que ele seria uma grande nação e que seus descendentes herdariam uma porção de terra (Gênesis 12.1-3). Posteriormente, essa aliança foi ratificada com Isaque, seu filho (Gênesis 26.2-5), e com Jacó, seu neto (Gênesis 35.11-12).Jacó foi pai de doze filhos. José, um deles, trás na sua história (descrita nos últimos capítulos de Gênesis), o pano de fundo do início da narrativa de Êxodo. Ele, após interpretar os sonhos do Faraó, foi colocado por este como governador do Egito, e tornou-se querido e respeitado por Faraó e por todo o povo.Por conta da fome de sete anos, José acabou levando a sua parentela para habitar no Egito, que havia se tornado um celeiro para o resto do mundo.Desta forma, a família de Jacó se estabelece no Egito (Gênesis 47.1-12), e assim inicia o livro de Êxodo.Você conhece a sua história?Passada aquela geração, subiu ao trono um rei que não conheceu a José. Aqui surge um grande princípio: desconhecer a nossa história pode nos tornar ingratos, injustos e irracionais.O simples fato do novo Faraó e do seu povo não conhecer a própria historia, leva-os a cometerem injustiça contra aqueles que um dia os salvaram da morte. Assim, ao invés de tratar aquele povo com gratidão e respeito, trata-os com severa ingratidão.Quantas vezes cometemos o mesmo erro de Faraó? Tudo porque não aprendemos com a história. Se o nosso Deus é Senhor da história e nela atua, dar atenção à história significa aprender sobre os grandes e poderosos atos de Deus.O que te dá medo? Do que você tem inveja?Todas as coisas que Faraó pensava a respeito do povo de Israel não passavam de meras suposições. As suas deduções não eram baseadas em fatos. Com isto ele acabou tomando desastrosas decisões.O medo e a inveja podem nos levar a atitudes hostis e irracionais. Quantas vezes nos flagramos julgando outra pessoa, baseados em meras suposições, preconceito e inveja? Basta você não ir com a cara de uma pessoa, ou imaginar que ela quer te fazer mal, para começar a desonrar e desfazer desta pessoa. Você imagina que alguém não gosta de você e começa a ser hostil com esta pessoa. Essa é síndrome de Faraó.Há uma distinção entre os egípcios e o povo de Deus. Mesmo morando no mesmo país, há uma clara distinção entre dois povos. Os egípcios, que são a prata da casa, e os estrangeiros, que são o povo de Deus.Mesmo hoje, há uma clara distinção entre aqueles que pertencem ao mundo, e aqueles que estão no mundo, mas pertencem a Deus. Esse povo de Deus, mesmo vivendo no mundo sabe que não pertence a ele, que é estrangeiro.O povo de Deus também sofreQuantas pessoas romantizam a vida cristã e depois se frustram? Quantas reclamam que o ímpio prospera enquanto o povo de Deus é oprimido e explorado? Reclamam que são fiéis, mas estão sofrendo.Este texto corrige a nossa visão. Ele nos conforta por desfazer a idéia errada que temos de que, pertencer a Deus, significa imunidade ao sofrimento. Ele nos poupa da decepção, do desânimo, da murmuração. Mas, também conforta ao nos fazer lembrar que há promessas de vitória, e elas se cumprirão.Aliás, disse alguém muito acertadamente, respondendo à pergunta: “Porque Deus permitiu seu povo sofrer tanto?” que foi “para que nascesse neles o desejo de sair do Egito, e se lembrassem da aliança e de que o seu lugar não era ali. Eles precisavam desejar a Terra Prometida”.Parece que quando o mundo nos atrai e se torna bom demais, a ponto de nos acomodar e fazer esquecer de Deus, ele precisa usar um tratamento de choque, para que nos lembremos da aliança que temos com ele, para que não percamos o desejo pela pátria celeste.