Mãe: um exemplo divino de força, determinação e amor Luciana Araújo Da Redação
Doutoras em desenvolvimento infantil e em relações humanas, elas batalharam arduamente para desenvolver todas as habilidades que a "profissão" determina. De início foram os enjôos, qualquer perfume ou sabor mais forte lhes causava náuseas, com o passar dos meses o próprio sono ficou conturbado, pois as novas características agregadas à sua função não lhe ofereciam muitas posições na hora de deitar, peso elevado, pés inchados. As roupas também já não entravam. Enfim, chega o dia da formatura. De posse do seu diploma, o único que se recebe antes de aprender a lição, elas embarcam em um mundo de descobertas, onde cada momento é único e especial, o que não significa dizer que é fácil. O sono não se normalizou, agora é a hora de passar noites em claro porque os choros se tornam constantes. Fome, dor, medo, qualquer coisa é motivo para recorrer a recém-graduada, pois não importa qual o problema, desde cedo se aprende que ela resolve. Como essa profissão não é regulamentada pelo Ministério do Trabalho, não importa se esteve de plantão a noite inteira. Ao amanhecer o dia a jornada continua, pois é necessário pensar na alimentação, higiene e médico, sem falar das fraldas sujas, um espanto para todas as que ainda não assumiram o cargo. A grande maioria delas ainda desenvolve inúmeras tarefas ao mesmo tempo. Muitas têm outra profissão, pois existe a necessidade de uma remuneração. Além disso tudo, precisam de tempo para ser mulher. Cultivar sonhos, alcançar metas e se sentir realizada, ao passo que se especializam na mais doce tarefa humana, ser mãe.Sebastiana Maria de Jesus é um exemplo claro disso, e no seu caso o trabalho é desenvolvido em regime de dedicação exclusiva. Ela deu à luz cinco crianças, sendo quatro meninos e uma menina, e não tem tempo para trabalhar fora de casa. "A profissão é ser mãe mesmo", comenta. Seu quarto filho, o pequeno Maykon Daniel, de seis anos de idade, é uma criança especial. Ele tem paralisia cerebral. Aluno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) há cinco anos, desde que ele nasceu faz fisioterapia. Quando ele nasceu ficou na maternidade por 15 dias e só quando ele recebeu alta é que Sebastiana recebeu a informação sobre a paralisia cerebral. Mas isso não abalou o amor de sua mãe e nem o do pai. "Sou mãe de cinco filhos, mas estou lutando por Maykon para que no futuro ele seja independente", diz ela. Além de freqüentar a APAE, onde se preparou para a escola regular, ele também estuda na Escola Municipal Dolores do Carmo Rebouças, um lugar que também faz parte da rotina de Sebastiana. "Pela manhã eu fico na escola com ele e na hora do intervalo vou correr junto com ele", diz. À tarde o compromisso dos dois é com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, onde ele recebe o tratamento fonoaudiológico, fisioterapêutico, realiza terapia ocupacional, hidroterapia, natação e tem aula de informática. "Eu sou uma mãe bem presente", diz. Ela conta que, no início, teve medo de colocá-lo na escola regular, pois imaginava que pudesse haver preconceito, não por parte das crianças, mas dos adultos. Porém seus anseios estavam errados, Maykon foi muito bem recebido. Ele ainda não anda e ainda não fala, mas ela faz questão de explicar que o ainda se justifica pela crença no fato de que futuramente ele irá desenvolver essas habilidades. Apesar de não falar, Sebastiana diz que ele se comunica com os olhos e ela compreende cada mensagem que seu filho passa. "Ele me disse que vai ser médico e eu acredito", aposta a mãe coruja, acrescentando que tem que trabalhar com pensamentos positivos e que o trabalho realizado com Maykon está dando resultado. "As pessoas até podem pensar que é exagero, mas quem o conhece sabe de sua inteligência e capacidade", garante Sebastiana, orgulhosa pela capacidade de Maykon."A gente saí de manhã e à tarde todos os dias", diz. De tanto andar com a mãe, o filho já conhece a parada de ônibus onde tem que descer todos os dias. A família mora no bairro Aeroporto II, e para chegarem à APAE, que se localiza no bairro Abolição II, Sebastiana e Maykon têm que pegar dois ônibus, pois não possuem carro. Mas para ela, isso não é motivo para reclamação. "É difícil", confessa a mãe. Mas ressalta que está fazendo isso pela independência futura dele. "Minha vida é dedicada a Maykon. Mas eu agradeço a Deus por isso", diz.O significado do filho em sua vida? Ela mesma responde: "Significa tudo para mim, porque através de Maykon eu aprendi muita coisa", afirma, comentando sobre o conhecimento adquirido a respeito da paralisia e ainda sobre a paciência que passou a ter.Apesar de a maior parte do tempo de Sebastiana ser dedicado a Maykon, os outros filhos não sentem ciúmes, ao contrário, os irmãos também ajudam no desenvolvimento dele, pois em casa todos são tratados igualmente, uma peripécia que só uma mãe é capaz de desenvolver.
Doutoras em desenvolvimento infantil e em relações humanas, elas batalharam arduamente para desenvolver todas as habilidades que a "profissão" determina. De início foram os enjôos, qualquer perfume ou sabor mais forte lhes causava náuseas, com o passar dos meses o próprio sono ficou conturbado, pois as novas características agregadas à sua função não lhe ofereciam muitas posições na hora de deitar, peso elevado, pés inchados. As roupas também já não entravam. Enfim, chega o dia da formatura. De posse do seu diploma, o único que se recebe antes de aprender a lição, elas embarcam em um mundo de descobertas, onde cada momento é único e especial, o que não significa dizer que é fácil. O sono não se normalizou, agora é a hora de passar noites em claro porque os choros se tornam constantes. Fome, dor, medo, qualquer coisa é motivo para recorrer a recém-graduada, pois não importa qual o problema, desde cedo se aprende que ela resolve. Como essa profissão não é regulamentada pelo Ministério do Trabalho, não importa se esteve de plantão a noite inteira. Ao amanhecer o dia a jornada continua, pois é necessário pensar na alimentação, higiene e médico, sem falar das fraldas sujas, um espanto para todas as que ainda não assumiram o cargo. A grande maioria delas ainda desenvolve inúmeras tarefas ao mesmo tempo. Muitas têm outra profissão, pois existe a necessidade de uma remuneração. Além disso tudo, precisam de tempo para ser mulher. Cultivar sonhos, alcançar metas e se sentir realizada, ao passo que se especializam na mais doce tarefa humana, ser mãe.Sebastiana Maria de Jesus é um exemplo claro disso, e no seu caso o trabalho é desenvolvido em regime de dedicação exclusiva. Ela deu à luz cinco crianças, sendo quatro meninos e uma menina, e não tem tempo para trabalhar fora de casa. "A profissão é ser mãe mesmo", comenta. Seu quarto filho, o pequeno Maykon Daniel, de seis anos de idade, é uma criança especial. Ele tem paralisia cerebral. Aluno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) há cinco anos, desde que ele nasceu faz fisioterapia. Quando ele nasceu ficou na maternidade por 15 dias e só quando ele recebeu alta é que Sebastiana recebeu a informação sobre a paralisia cerebral. Mas isso não abalou o amor de sua mãe e nem o do pai. "Sou mãe de cinco filhos, mas estou lutando por Maykon para que no futuro ele seja independente", diz ela. Além de freqüentar a APAE, onde se preparou para a escola regular, ele também estuda na Escola Municipal Dolores do Carmo Rebouças, um lugar que também faz parte da rotina de Sebastiana. "Pela manhã eu fico na escola com ele e na hora do intervalo vou correr junto com ele", diz. À tarde o compromisso dos dois é com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, onde ele recebe o tratamento fonoaudiológico, fisioterapêutico, realiza terapia ocupacional, hidroterapia, natação e tem aula de informática. "Eu sou uma mãe bem presente", diz. Ela conta que, no início, teve medo de colocá-lo na escola regular, pois imaginava que pudesse haver preconceito, não por parte das crianças, mas dos adultos. Porém seus anseios estavam errados, Maykon foi muito bem recebido. Ele ainda não anda e ainda não fala, mas ela faz questão de explicar que o ainda se justifica pela crença no fato de que futuramente ele irá desenvolver essas habilidades. Apesar de não falar, Sebastiana diz que ele se comunica com os olhos e ela compreende cada mensagem que seu filho passa. "Ele me disse que vai ser médico e eu acredito", aposta a mãe coruja, acrescentando que tem que trabalhar com pensamentos positivos e que o trabalho realizado com Maykon está dando resultado. "As pessoas até podem pensar que é exagero, mas quem o conhece sabe de sua inteligência e capacidade", garante Sebastiana, orgulhosa pela capacidade de Maykon."A gente saí de manhã e à tarde todos os dias", diz. De tanto andar com a mãe, o filho já conhece a parada de ônibus onde tem que descer todos os dias. A família mora no bairro Aeroporto II, e para chegarem à APAE, que se localiza no bairro Abolição II, Sebastiana e Maykon têm que pegar dois ônibus, pois não possuem carro. Mas para ela, isso não é motivo para reclamação. "É difícil", confessa a mãe. Mas ressalta que está fazendo isso pela independência futura dele. "Minha vida é dedicada a Maykon. Mas eu agradeço a Deus por isso", diz.O significado do filho em sua vida? Ela mesma responde: "Significa tudo para mim, porque através de Maykon eu aprendi muita coisa", afirma, comentando sobre o conhecimento adquirido a respeito da paralisia e ainda sobre a paciência que passou a ter.Apesar de a maior parte do tempo de Sebastiana ser dedicado a Maykon, os outros filhos não sentem ciúmes, ao contrário, os irmãos também ajudam no desenvolvimento dele, pois em casa todos são tratados igualmente, uma peripécia que só uma mãe é capaz de desenvolver.