Relampagos e raios

Os raios produzidos por relampagos, são imagens que encantam os olhos, que só a natureza pode produzir e liberar para a visão dos nossos olhos, mas muito perigosos. Morrem centenas de pessoas vitimas de raios em todo mundo.

Osmar Pinto
Tempestade em São José dos Campos, estado de São Paulo em março de 1997
Relâmpagos são um fenômeno particularmente perturbador . Eles causam mais mortes e ferimentos nos EUA do que furacões ou tornados.
Algumas vezes caem sem aviso, quando não há nada além do céu azul logo acima. Na Flórida central, onde vivo, tempestades de raios são uma ocorrência diária no verão, e por isso, ironicamente, pessoas nesta terra ensolarada muitas vezes passam as tardes dentro de casa para evitar o risco de que o céu caia sobre sua cabeça.

No mundo inteiro, ocorrem cerca de 4 milhões de relâmpagos por dia, e raios têm sido observados em outros planetas. Apesar de toda essa familiaridade, ainda não sabemos o que causa os relâmpagos. É um engano pensar que Benjamin Franklin resolveu o mistério quando conduziu seu famoso experimento com uma pipa em 1752. Embora Franklin tenha demonstrado que os relâmpagos são um fenômeno elétrico, os cientistas até hoje lutam para entender como tempestades geram carga e como os relâmpagos ocorrem. Os físicos cogitam que os relâmpagos possam até mesmo ter uma conexão com raios cósmicos - partículas de alta energia que bombardeiam a Terra - que disparam cascatas de elétrons acelerados na atmosfera.

Os cientistas recentemente descobriram uma maneira de estudar relâmpagos: examinar raios X emitidos quando o raio parte das nuvens para o chão. Nos últimos anos, nossa equipe mediu raios X tanto em relâmpagos naturais quanto nos produzidos artificialmente. Os resultados sugerem que o relâmpago traça canais condutores enviando jatos de elétrons em alta velocidade. Mas ainda não se sabe como os raios aceleraram esses elétrons. Para descobrir, estamos construindo uma rede de detectores de raios X na Flórida.

Mais Estranhos que Faíscas
De certa forma, um relâmpago lembra uma grande faísca. Podemos imaginar um choque convencional, do tipo que alguém leva quando toca uma maçaneta depois de andar por um carpete. Quando passa pelo carpete, os sapatos da pessoa arrancam elétrons e ela acumula carga elétrica, produzindo um campo elétrico entre seu corpo e outros objetos na sala. Para campos pequenos, o ar é um bom isolante - os elétrons se prendem aos átomos de oxigênio mais rápido do que eles são liberados por colisões -, e correntes elétricas não podem fluir em quantidades perceptíveis. Conforme seu dedo se aproxima da maçaneta, no entanto, o campo elétrico se torna localmente mais intenso. Se atingir um valor crítico de 3 milhões de volts por metro, chamado de campo de quebra de rigidez, o ar se torna condutor e há descarga: a corrente preenche o vão.