PRIORIDADE MÁXIMA

O Velho e o Novo Testamento nos dão a verdade sobre a igreja; foi principalmente o apóstolo Paulo quem escreveu a esse respeito. Ele dedica toda uma carta (aos Efésios) quase que exclusivamente à Igreja, suas origens, sua natureza, sua função e sua relação essencial com seu Senhor. Vamos olhar agora para essa carta, tratando especialmente dos primeiros dezesseis versículos do capítulo quatro. Este trecho será o nosso guia no caminho para a verdade sobre a igreja. Estamos numa era revolucionária. A ventania tempestuosa da transformação está soprando por todos os cantos O problema racial provoca inquietação e revolta desordenada. As nações se defrontam com problemas estonteantes de injustiça social, corrupção moral e crueldade humana. Que devem fazer os cristãos, numa hora dessas? Que posição a igreja deve tomar, diante de problemas tão complicados e profundos? Estas são perguntas que muitos estão fazendo hoje Quando Paulo escreveu aos cristãos na cidade de Éfeso, na província romana da Ásia, eles estavam se defrontando com problemas surpreendentemente idênticos. Metade da população do Império era composta de escravos, rebaixados a uma servidão tão completa, que eram negociados e vendidos como se fossem gado. Com exceção de uma pequena classe de aristocratas e patrícios ricos, a outra metade da população consistia de comerciantes e trabalhadores que, a muito custo, levavam uma vida precária, não muito longe da pobreza. A corrupção moral de Éfeso era legendária. Lá estava o centro do culto à deusa do sexo, a Diana dos Efésios. E quanto à crueldade, as legiões romanas estavam prontas para marchar a qualquer lugar, a fim de suprimir, sem dó nem piedade, qualquer sinal de revolta contra a autoridade do imperador. E este imperador era Nero, cuja vida sórdida e selvagem já constituía assunto de conversa em todo o império. Ao escrever, Paulo se encontrava em Roma, como prisioneiro de César, esperando a hora de ser apresentado a Nero. Tinha permissão de viver em sua própria casa alugada, mas não podia andar livremente pela cidade. Dia e noite, ele estava acorrentado a um soldado. Vendo ao seu redor a vida decadente da cidade, e sabendo das condições que prevaleciam na distante Éfeso, que é que o apóstolo, ao lhes escrever, haveria de aconselhar aos cristãos? A resposta é surpreendente e oportuna: Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz (Efésios 4:1-3). O que diz o apóstolo à igreja em Éfeso, em face das desesperadas exigências criadas pela necessidade humana? Qual é a sua resposta aos cidadãos oprimidos, que clamam por justiça e conforto, a quem ele escreve? Simplesmente isso: .Cumpri a vossa vocação! Não vos desvieis da estratégia divina. Obedecei às ordens que tendes recebido. Segui o vosso Cabeça!

Nesta admoestação, o apóstolo reconhece claramente a verdadeira natureza e função da igreja. Ela não é uma instituição- humana. Não deve projetar a sua própria estratégia e estabelecer suas próprias metas. Não é uma organização independente, que existe pela força de seus números. Ela é, isto sim, um corpo chamado para um relacionamento todo especial com Deus. Nesta carta aos Efésios, o apóstola usa uma série de figuras, que descrevem este relacionamento. A igreja, diz ele, é um corpo sob a direção de sua cabeça. Que tragédia não seria, se esse corpo se negasse a seguir as instruções de sua cabeça! A igreja também é um templo destinado à habitação e uso exclusivo de uma Pessoa que mora dentro dele e tem o direito de fazer o que quiser com esse templo. A igreja é um exército sob o comando de um rei. Um exército que não obedece a seu chefe, não serve como força de combate. Por isso, diz Paulo à igreja, obedecei às ordens e segui vosso Cabeça