Irmãs, irmãs e amigos, graça, misericórdia e paz vos sejam multiplicadas. Existe no vocabulário da língua portuguesa uma palavra chamada “flexibilidade” para expressar a qualidade de quem é flexível. Flexível quer dizer: Aptidão do espírito para se aplicar a diversas adversidades. Docilidade para ceder à vontade alheia. Ou seja, é um escape para aqueles que precisam sobreviver a imposições alheias a sua vontade pessoal. Aqueles que precisam resistir uma força contrária para continuarem de pé. Os que precisam navegar em águas tumultuadas e revoltas para chegarem ao outro lado da margem. Os que fazem a obra de Deus a despeito de toda artimanha dos que buscam poder, projeção pessoal, e exibem a faixada de uma espiritualidade de que não são possuidores, que ostentam uma humildade camuflada para ludibriarem os incautos e desprevenidos. Os que estão na mira desta artilharia desastrosa precisam usar a flexibilidade para se manterem na corrida até chegarem ao pódio onde o Senhor deseja que cheguem. Você lembra de que outro dia eu falei sobre uma viagem que fizemos a uma cidade praiana chamada São Miguel do Gostoso? Pois lá eu aprendi uma lição sobre esta questão da flexibilidade e cheguei a conclusão que a vida é mesmo uma questão de sobrevivência em todos os seus aspectos, e que compete a cada um de nós não só garantir a sobrevivência mas também a posição honrosa que queremos galgar. Por ser uma região praiana, a vegetação mais comum por aquelas bandas, são infindos coqueirais que se perdem de vista. Foi aí que notei certos coqueiros que quase você não alcança em ver o seu fim de altos que são. Aquilo lá suporta um peso enorme, os cocos, as palhas, a própria haste que mantém tudo em perfeita ordem, representam um peso enorme. Mas o pior de tudo é o vento rijo que bate de dia e de noite e aqueles enormes coqueiros balançam que na nossa imaginação, vão quebrar, e agente ignorante fica o tempo todo pensando, agora quebra. Mas aí é onde está o segredo, eles são flexíveis. Aquele balanço que eles dão é exatamente o que eles precisam para suportarem todo aquele peso e na medida em que balançam fincam cada vez mais as suas raízes, os tornado mais fortes e em condições de suportar os rijos ventos que sopram sem parar. Foi exatamente isto que levou o apóstolo Paulo a dizer: “Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele. 1 Coríntios 9:19-23” Grande lição, as vezes pensam que a gente vai quebrar, mas com um pouco de flexibilidade a gente continua realizando com galhardia a nossa tarefa. Irmãos, irmãs e amigos, graça, misericórdia e paz vos sejam multiplicadas.
