A festa da democracia
Irmãos, irmãs e amigos, graça, misericórdia e paz vos sejam multiplicadas. Estamos vivendo um momento propício para festas, manifestações, caminhadas, discursos, palpites, previsões, discórdias, paixões, fanatismo, tudo faz parte deste momento da disputa política vivida por todos os brasileiros. Como a eleição é municipal, os ânimos são mais acirrados, e a paixão pelos candidatos e partidos, se tornam mais claros e mais freqüentes  em um nível mais elevado. É tanto que alguns que não gostam destas manifestações afirmam ser a disputa política um mal para o povo. Mas, a verdade e a realidade nos dizem que estamos vivendo nada mais nada menos, a festa da democracia. Houve um tempo em que não era assim, quando o povo não podia falar, se manifestar nem gritar o nome de quem deveria lhe representar ou conduzir os destinos do município, do Estado ou do país. A lei do silencio, da amordaça, e da repressão impedia que o povo fizesse a sua festa e gritasse pela sua esperança em dias mais promissores e felizes. Foi um tempo longo e duro, que somente os de idade mais avançada se lembram de tanta proibição, de tantas mortes, de tanto silencio de tantas perseguições e de crimes não explicados. O povo brasileiro é de índole extrovertida, que quer participar, opinar, escolher e fazer ecoar a sua liberdade através das suas manifestações mais legítimas e claras. A democracia oportuniza todas estas manifestações e em sintonia com esta força de expressão que nasce do coração de cada brasileiro termina provocando uma festa sem igual neste período que se repete a cada dois anos, quando somos convocados para escolhermos livremente os nossos representantes e gestores, como hoje se vê. Apesar de alguns pequenos exageros de quem invade a liberdade dos outros,  o que é lamentável em todos os aspectos, mas o que importa é o clima de liberdade que a democracia nos proporciona.  Pois a  liberdade é o bem maior da criatura humana, e a sua expressão,  a forma mais legítima de proclamá-la. As manifestações que vemos hoje nas ruas, nas praças, nos auditórios, nos sindicatos, nas universidades, nas grandes e pequenas cidades, nas comunidades, nas escolas, nos campos e nos grandes centros, é a festa do povo legitimada pela democracia, sepultando de vez um passado que ficou para trás deixando suas marcas indelevelmente fixadas no coração do povo, até que a democracia desfraldando a bandeira da liberdade, apareceu para festejar. Como dizia o ex-presidente Tancredo Neves:   “As alvoradas da liberdade não surgem como um 
acontecimento natural. As manhãs da liberdade se fazem com a vigília 
corajosa dos homens que exorcizam com sua fé os fantasmas da tirania”.
E ainda: “Restaurar a democracia é restaurar a República. É edificar a Nova República, 
missão que estou recebendo do povo e se transformará em realidade pela força 
não apenas de um político, mas de todos os cidadãos brasileiros Portanto vale a pena acreditar na festa que a democracia faz. Irmãos, irmãs e amigos, graça, misericórdia e paz vos sejam multiplica
das.