II – A Vigência
Irmãos, irmãs e amigos, graça misericórdia e paz vos sejam multiplicadas. Um grande número de estudiosos, teólogos, experientes, e curiosos afirmam com muita veemência que, a vigência do apostolado durou até a morte dos doze, no máximo, estirou um pouquinho mais e a duração foi até a morte de Paulo. A argumentação é que Paulo viu o Senhor: (Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? I Coríntios 09:01) E segundo opinam, uma das características indispensável para ser apóstolo, é ter visto Jesus. Para confirmar a tese um pouco desajeitada citam a escritura que informa a respeito da eleição de Matias para ocupar o lugar de Judas. Textualmente a escritura diz: “É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. Atos 1:21-22” Mas essa escritura bem pensada, sem o auxílio do apego ao compromisso com a tradição radical, deixa Paulo muito mais longe do apostolado do que qualquer outro. Vejamos o que o texto está dizendo: “É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós... Paulo não conviveu este tempo. Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima... Paulo também não passou por esta experiência. A única coisa em comum entre Paulo e os doze, é que Paulo viu a Jesus. Haveremos de indagar, se a condição para ser apóstolo é ver a Jesus, então todos quantos o viram se tornaram apóstolos? Porque as mulheres viram a Jesus, Paulo viu a Jesus, segundo Paulo afirma, mais de quinhentos irmãos de uma só vez,viram também a Jesus. A argumentação de Paulo é esclarecedora: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos. E por ultimo de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. 1 Coríntios 15:3-8” Vamos então dar crédito à crença de que todos quantos viram a Jesus se tornaram apóstolos? Não posso, assim o concerto da situação teológica ficaria pior do que o enredo. Prefiro acreditar que o apóstolo Paulo, juntamente com o apóstolo Barnabé, inauguraram uma nova etapa dispensacional do apostolado que vigora até o dia hoje, conforme lemos em Atos capítulo 13 como vemos: “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. Atos 13:01-03” Paulo e Barnabé exerceram o apostolado por vocação e determinação do próprio Espírito Santo e não simplesmente porque viram a Jesus, daí porque o apostolado inaugurado pelos dois foi tão profícuo e continua abençoando a Igreja do Senhor. Iria o Senhor inaugura o apostolado que tantas bênçãos traz a Igreja e terminá-lo com a morte dos campões que participaram desta inauguração? Não, mil vezes não, não posso acreditar. Irmãos, irmãs e amigos, graça misericórdia e paz vos sejam multiplicadas.