Decisões do Segundo Concílio da Igreja de Cristo no Brasil


2º CONCILIO

Reuniu-se o 2º concilio das Assembléias de Cristo no Brasil, de 15 a 21 de Dezembro de 1937, na cidade de Mossoró, estado do rio Grande Norte e compadeceram seguintes membros: Manoel Higino de Souza, Missionário, Gumercino Medeiros e João Vicente de Queiroz, Pastores, Eustáquio Lopes da Silva, Francisco Alves, João morais, Pedro Tavares, e Arthur Lisboa Barreto, Evangelistas Candido d’Albuquerque Barreto, Cosme Dantas, Manoel Félix e Francisco Félix, diáconos, Pedro Luduguero Alves e Raimundo Torquato da Silva, presbíteros, Francisco Francilino do Nascimento, Ademar de Almeida Gurjão e Joaquim Xavier de Almeida, auxiliares.

Aberta a sessão pelo Pr. João Queiroz com o cântico do hino 420 de cantor Cristão e a leitura da 1 Tessalonicenses 1:03-10. Após a oração foi proclamado a presidente o Missionário Manoel Higino de Souza e secretario o Pr. Gumercino Medeiros . Tomando a palavra, o presidente leu no livro da constituição as págs. 104 e 105, para mostrar a que fim se destina um concilio. Terminada a leitura, apresentou uma lista constando dos pontos abaixo, os quais nada discutidos à luz da palavra de Deus foram aprovados por unanimidade de votos.

Que fossem consagrados ao santo Ministério de Evangelho os evangelistas: Eustaquio Lopes da Silva, Arthur Lisboa Barreto e Pedro Tavares. Tendo a palavra o Pr Gumercino Medeiros, dissertou sobre o assunto, aprovando a consagração dos dois primeiros dentro do prazo do concílio, e que o ultimo, Pedro Tavares ficasse para depois de casado legalmente, e o irmão Antonio Lino da Costa para o diaconato, Ficando os pastores, João Vicente de Queiroz e Gumercino Medeiros para fazerem as respectivas cerimônias religiosas, sendo que Arthur Lisboa Barreto só poderá trabalhar como co-pastor. Tit. 01:05-06, 2º Cr. 08:23-24 e Fil. 2:25, dada a sua capacidade física.

Que estudado a posição dos evangelistas, Francisco Alves e João Morais, ficou acertado mediante compromisso legal, que ficariam trabalhando voluntariamente, até resolverem aceitar o ministério.

Que: (a) fosse escrito um livro sobre as nossas doutrinas, e uma confissão de fé, ao menos resumidas para igreja locais. (b) Que o missionário ficasse encarregado da escrituração dos mesmos. (c) Que fosse dispensado do pastorado local para este fim. (d)Que fosse marcado um ordenado não inferior a 300.000$ (trezentos mil reis).(e) Que a dita importância fosse levantada pelas igrejas em conjunto. (f) Que para isso as igrejas façam eleição de agentes ou comissões conforme acharem justo. (g) Que os pastores e oficiais das igrejas, falem para que o plano seja executado.

Que a união das denominações evangélicas realize-se: (a) Em Cristo. (b) Sob a base fideísta e não dogmática; (c) Na esfera comum da evangelização, e na comunhão do pão e do vinho, ainda que uma ou outra corrente adaptem a comungar juntas.

Que nos batemos pela união nos termos acima, não por fraqueza e falta de definição dos nossos princípios, como organização à parte, pelo que nos aproximamos das igrejas irmãs, não como quem procura sair de precária situação espiritual ou monetária, inibisse de continuar sem amparo de um nome mais conhecido.

Que a função dos diáconos na igreja não se prende somente levantamento de coletas, distribuição do pão e do vinho na Ceia do Senhor, acender uma lâmpada, procurar assento para alguém; as palavras “Servir as mesas” Atos 06:02, incluem: (a) os cuidados com os pobres, órfãos,viúvas e coletas para emergência; (b) visitar os irmãos a fim de conhecer as suas necessidades; (c) apresentar a sessão da igreja algum projeto praticável; (d) e uma vez provado, fazer com que seja cumprido.

Que um pentecostal pode ser recebido na igreja, por simples manifestação publica, quando não for conhecedor do sistema da Seita, isto é, nocivo. De outro modo, somente de um formulário de nossa fé, apresentado pela igreja e reconhecido pelo tal (crido).

Que não faremos re-imersão de pessoas que houverem sido emergidas em nome da Trindade, e que disso tenhamos conhecimento; quanto ao aspergido, faremos, todavia a imersão quando exigida, uma vez que cremos que o que fez o batismo é a invocação da trindade na imersão. Cremos que não há nada mais caro no coração do filho de Deus, do que estas duas instituições: “Batismo e comunhão” uma figura da união a outra figura da comunhão, a primeira se realiza só uma vez para sempre, visto como união que ela simboliza não pode ser quebrada jamais, a outra se repete freqüentemente, “Todas as vezes que o fizerdes” porque a comunhão com o Senhor precisa ser mantida pela fé e pelo amor, (Godman) “Estudos bíblicos” da Igreja Presbiteriana 16 de dezembro de 1934 pág. 192. Tanto o re-imersionismo como o re-aspersionismo, já praticado em alta escala, entre as denominações, envolve a idéia de que o batismo é o meio de entrada para a igreja à parte, ao invés de para a Igreja de Deus; isto prejudica e perverte o ato e as almas dos que por este medo são induzidos a não só apostatar a invocação da Trindade no ato batismal, mas também confiar mais na igreja do que em Deus. Não é lícito violar o simbolismo do batismo que não sendo essencial a salvação, é todavia, obediência e cultivo da vida cristão. Esta nossa declaração, assas, um protesto a este desvio entra os cristãos evangélicos. Leia-se a 4º proposta do 1º Concilio.

Que a saudação paz do Senhor adotada pelos pentecostais, 1º) Não é judaica, 2º)Reis 20:9-10, 3º) não era a única saudação usada pelos judeus; Deus te salve, Mat. 26:49, paz seja convosco, Jo 20:19, Saúde, Tiago 01:01,e outras também existiam. 4º) Os judeus não se limitavam a nenhuma destas saudações, mas havia liberdade de escolha, assim como também no Brasil usamos bom-dia, boa tarde, boa noite, Deus nos salve adeus, como vai, passe bem e outras. 5º) No novo testamento Jesus usou paz seja convosco, somente nos limites judaicos Jesus e os apóstolos usam-na fora destes limites, mas somente em suas cartas e nunca em seus encontros pessoais . 6º) Jesus proibiu expressamente que os apóstolos fossem a samaritanos e a gentios com esta saudação, mas somente as ovelhas perdidas da casa de Israel. Mat. 10:05,06,11,12-13 e 26. 7º) No Brasil quem primeiro adotou esta saudação fora os Espíritas que somente usam nas sessões quando atuados pelo espírito do erro; 8º) Depois dos espíritas foi adotado por uma igreja protestante Italiana em São Paulo. 9º) Somente depois de 1918 sete anos depois de sua fundação a igreja pentecostal a recebeu de italianos por intermédio do Missionário Gunar Vingre que não a trouxe da Suécia. 10º) Usando-a como distintivo de sua Seita, os pentecostais têm causado prejuízos indescritíveis, 11º) A saudação Paz do Senhor, é do Evangelho do Reino Judaico, e não do evangelho da graça cristã Mat. 10:07, 11,12,22, 24:13-14, Atos 20:24-25 12º) Samuel Nistron Missionário pentecostal em “O segundo advento de Cristo” cap.05, diz que o evangelho do Reino só voltará a ser pregado pelos judeus depois do arrebatamento da Igreja, é de se esperar que então volte a ser usada. (13º) Resolveu o Concilio não impor a continuação da referida saudação, entre nossos crentes, mas deixá-la a disposição de cada consciência, apesar do esclarecimento, louvando, entretanto aqueles que abolirem-na espontaneamente. Portanto os que persistirem em usá-la o façam evitando o fanatismo pentecostal, não censurando os que de outra forma abandonarem.

10º

Que se dá glorias a Deus não dizendo glória, como se aprende do folheto Deus é fiel no cumprimento de suas promessas, de Beatriz C. de Leão de Melo pág. 13 e 14 onde diz: “Os que são batizados com o Espírito Santo dão constantemente glória a Deus, por isso disse Jesus: continuam falando do Espírito Santo: Ele me glorificara porque Ele há de receber o que é meu e vo-lo há de anunciar. Jo 16:14. Estudando o texto citado, deduzimos que os crentes, mas lhes anunciando o que recebeu de Cristo. O mesmo se conclui em toda a bíblia como se vê em Josué 07:19-23, onde Acã deu Glória a Deus, não dizendo glória a Deus mas, confessando o seu pecado. Em Jo 09:24-25, o ex-cego deu glória a Deus, não dizendo gloria, mas, confessando a benção recebida. Em Atos 11:08, os cristãos judaicos deram gloria a Deus não dizendo gloria, mas reconhecendo que os gentios participou do dom de arrependimento. Em Rom. 04:16-22, São Paulo diz que Abraão deu gloria a Deus não dizendo gloria, mas não exitando com a mais leve desconfiança na promessa de Deus. Em Apoc. 16:09, os homens na grande tribulação deverão dar gloria a Deus, não dizendo gloria, mas se arrependendo. Tudo isso confirma em Jo. 15:08 quando Jesus disse: Nisto é glorificado meu Pai, em que vós deis muito fruto e em que sejais meus discípulos. Em Jo. 17:01, disse Jesus: Pai glorifica o teu filho, e no Sal 114:01, diz o profeta, Não a nós Senhor mas ao teu nome dá gloria. Se dar gloria a Deus é dizer gloria a Deus, se conclui em Jo. 17:01, que o Pai dirá: Gloria ao meu filho Jesus Cristo,e do Sal 114:01, que dirá Deus? Gloria ao meu próprio nome.

11º

Que fosse impresso um boletim das (decisões e definições do primeiro e segundo concílios das Assembléias de Cristo no Brasil). E tirada as despesas, o restante reverter-se-á em favor da Missão.